Acabaste de delirar, agora aguenta-te, já ninguém te vai salvar. A partir do título do Blog concluímos que se trata de algo bastante produtivo, munido de características que acabarão por fazer dele um Bom Blog. No fim de tudo apercebemo-nos que afinal o Blog é mesmo mau. Preparem as facas e os xisactos, é o delírio.

sábado, 8 de novembro de 2008

Vai Correr Mal, Vai Correr Bem

- Mas e se o tirar... não é perigoso? - diz Ela.
- Tem certos riscos, sim, mas podem não passar de mitos. - diz Ele.
- Eu não sei se quero arriscar... Tenho medo.
- Medos todos nós temos.
- Mas eu tenho mesmo muito. E se corre mal?
- Quem sabe se não corre bem? Se não experimentares, nunca vais saber.
- Eu não quero saber.
- Queres sim... Além disso, já é mau teres isso. Se não tirares sofres, se tirares podes sofrer mais mas também podes ficar bem.
- Vistas as coisas assim...
- Pronto, então tira-se?
- Espera.
Ela levanta-se da cadeira, não suportava mais estar ali sentada com aquele peso todo, pensou que se andasse... se andasse libertar-se-ia mais facilmente. 'Se tudo correr bem, fico sem nenhum, o que é bom, mas... se correr mal fico com muitos mais...' Problemas, coisas incomodativas. Como é que é suposto sabermos qual é a melhor opção, se não temos a certeza do resultado de nehuma delas? 'Ele tem razão. Ou não... Tem sim. Pode não ter... Tem, tem, tem.'
- Estou pronta.
E Ele lá lhe arrancou o cabelo branco.
Agora podem ou não nascer sete, esperemos para ver.

WOW!
I can't get you out of my hair, I can't pretend that I don't care - it's not fair...

Considerações da pessoa (?) que escreve (?):

A pessoa (?) que escreve (?) pensa que não devemos basear as nossas decisões em possibilidades mas sim em certezas, se estas não existirem, então vamos pela que nos oferece um futuro (supostamente) mais risonho, pessimismos à parte.


Epah, delirou.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

You Never Know

Acontece aos melhores.
Ela caminha a medo porque não consegue ver. Ela não é cega nem tem os olhos vendados, nem sequer está escuro ou nevoeiro, ela simplesmente não consegue ver. Mas sente o cheiro...
Cheira a podre, cheira a esgoto, cheira a ratos mortos.
Ela continua a andar em circulos, ela só queria sair dali mas não é capaz de encontrar a saída. E o cheiro...
Cheira como cheira um aterro sanitário, cheira a vomitado, cheira cavalo morto.
De repente Ela ouve uma voz: 'Ahah! Estupidazinha, anda daí, vá lá, não podes ser assim tão burra!'
Ela assusta-se, pensa que está a ficar louca.
'Abre os olhos, vê.' Abrir os olhos... mas eles estavam abertos... por que é que Ela não via? E a voz... Era só a imaginação, era só a imaginação, que outra explicação? E o cheiro...
Cheira mesmo mal.
Ela mete o dedo na boca e morde - apercebe-se de que também não sente dor. Aliás, não sente nada. E também não lhe sabe a nada. Ela não vê, Ela não sente, Ela não degusta. Ela ouve, ela cheira. E o cheiro...
'És tu. Tu és o cheiro. Tu é que cheiras a esgoto, tu é que cheiras a ranço, minha ratazana.'
Ela continuava a morder o dedo mas nada sentia... Então ela abriu os olhos (sim, afinal estavam fechados, ela é que não se apercebeu) e viu. Viu-se. Estendida no chão, sangue coalhado à sua volta e moscas, muitas moscas, tantas moscas. Ela era mesmo o cheiro. Ela cheirava a coisas mortas porque ela estava morta. Mas como é que morreu? Devia lembrar-se... não?
Mas e quem era então a voz? E se estava morta, o que era Ela então? E por que é que não viu antes? Que lugar era aquele?
Que interesse tem? Morreu, está morta.
Cheirava tão mal.

DUDE!
And I saw you leave a shadow there, you're like a ghost...

Considerações da pessoa (?) que escreve (?):

A pessoa (?) que escreve (?) pretende dizer-vos que não digam assim sem mais nem menos que vos cheira mal, porque o cheiro pode vir de vocês e também que a morte pode provocar o aparecimente precoce de Alzheimer.


Epah, delirou.